Fonte: Cena Cumplicidades
Espetáculos de dança, estreias, shows e uma grande homenagem ao Mês da Consciência Negra (novembro) marcam a programação do Cena Cumplicidades 2014, que encerra o festival no próximo domingo com show apoteótico de Naná Vasconcelos e Lui Coimbra no Alto da Sé, em Olinda.
Na sexta (07), com reapresentação no sábado (08), dois espetáculos pernambucanos nos palcos do Recife: no Teatro Marco Camarotti, às 18h30, “Três Mulheres e um bordado de sol” (PE), da Compassos Cia de Danças, um olhar dançado sobre o ser feminino, a partir da vida, morte e obra de Clarice Lispector, Frida Kahlo e Edith Piaff e os ecos provocados por elas nas vidas e nos corpos em movimento dos bailarinos. No Teatro Barreto Jr, às 20h, “Espaçamento”, experimentação de Cláudio Lacerda/Dança Amorfa em conjunto com os bailarinos Juliana Siqueira e Jefferson Figueirêdo. A coreografia é inspirada nas obras arquitetônicas da vertente desconstrutivista, cujas palavras-chave são deformação e deslocamento.
O sábado (08), partir das 16h, o Alto da Sé será dedicado a temática negra, com shows e trabalhos de dança afro-brasileira. O grupo Pé no Chão (PE), que faz 20 anos, traz um estudo profundo sobre os ritmos, danças e rituais da Diáspora Negra. Participa intensamente do festival com nove trabalhos, de três países africanos, com participação de Zé Brown, DJ Big e Mc Mago Mago: “Dança criança”, duas coreografias infantis, “Due” e “O Tufu”, do moçambicano Manuel Mussund’za, “N’Golo” e “Ima Yetu” de Mestre Petchu (Angola) , e, por fim, 3 estreias do coreógrafo Karin Konaté, de Burkina Fasso, “Gourounssi”, Bobodiouladon” e ”Marakadon”.
Às 19h, também no Alto da Sé, a banda paulista Metá Metá faz show do segundo disco da banda, Metal Metal, que faz alusão ao bater dos ferros do candomblé, à batucada digital do Kraftwerk de “Metal on Metal”, do heavy metal de linhas melódicas menores e sombrias, apontando para uma linha fora da curvatura: o discurso da “música popular” tomado por inflexões e perspectivas absolutamente destoantes de tudo o que vem sendo feito nesta seara.
Domingo (09), a programação segue no Recife com “Proibido Elefantes”, da Companhia Gira Dança, às 19h, no Teatro Marco Camarotti, que fala do olhar como via de acesso, porta de entrada e saída de significados.
Na Sé, uma programação intensa de espetáculos começa às 15h30, com a pernambucana Companhia de Dança Afro Sagração Negra, da coreógrafa Ana Paula de Santana, que traz o inédito “Afro Prada: Guerreiras Notáveis”, em um espetáculo de dança e música ao vivo em um diálogo que remete ao som da África Nagô, evocando os orixás herdeiros e presentes em nações como tupi, Malê, Congo e Zulu.
Para as crianças, vem um espetáculo de circo-teatro da companhia À Tiroirs, às 15h45, com o solo burlesco “Ce N’est Pas Commode”, criado por Olivier Bovet com orientação artística de Michel Dallaire. Conta a história de Béron, um clown que chega numa cômoda cheias de sonhos.
“Entre a matéria e memória”, às 16h30, do moçambicano Manuel Castomo, é baseado em fatos vividos em Aldeias de Moçambique, em conceitos do cenário sócio-cultural, a morte e o luto. Em seguida, “Redoble”, às 17h, dos baianos, Karina Leiro e Eduardo Bertussi, num espetáculo da dança flamenca.
Encerrando a noite, às 17h30, Naná Vasconcelos e Lui Coimbra sobem ao palco com repertório calcado no popular brasileiro da mais pura origem, arranjos de alta qualidade, excelentes composições próprias com inserção de algumas músicas de, Elomar, Zeca Balero e Villa Lobos e uma interpretação instrumental e vocal madura que equilibra técnica e emoção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário