quinta-feira, 15 de agosto de 2013
IX Bienal Internacional do Livro de Pernambuco lança prêmio de literatura cartoneira
A IX Bienal Internacional do Livro de Pernambuco está lançando o 1º Prêmio Internacional de Literatura Cartoneira. A iniciativa é da Cephisa Cartonera e tem o objetivo de apoiar a jovem produção literária pernambucana. A editora francesa adota o modelo de publicação dos livros com capas de papelão, adquirido de catadores. O autor premiado terá sua obra traduzida para o francês e a primeira edição do conto será bilíngue, publicado durante a Bienal pernambucana. A Cephisa Cartonera virá de Clermont-Fernand, na França, para participar, junto com outras editoras cartoneras, da Bienal, promovida pela Cia de Eventos, que acontece entre os dias 4 e 13 de outubro no Centro de Convenções.
A Cephisa Cartonera foi fundada em abril de 2011 em Clermont-Fernand, por Nikolas Duracka. Essa editora alternativa faz parte de um projeto literário, artístico, ecológico, social e comunitário. “Todos os livros são únicos e feitos à mão. Um exemplar nunca terá o mesmo jeito de outro. Será sempre uma capa diferente, um desenho único”, comenta Andreia Joana Silva, da Cephisa Cartonera. “O desejo da Cephisa é dar a mão aos escritores”, diz Nikolas. O projeto da editora propõe obras de literatura de viagem (coleção Na Estrada) e da Literatura Infanto-Juvenil (coleção Céphise). “Defendemos que a literatura seja acessível a todos e por isso os livros são vendidos a um preço baixo: 5 euros”, complementa Andreia. No Brasil, o preço é de R$ 10.
O coordenador de programação da Bienal, Wellington de Melo, reforça a importância da primeira edição do concurso durante o evento. “É uma iniciativa inédita no país e que vai, com certeza, alavancar a produção cultural pernambucana de uma maneira diferenciada e lúdica”.
Sobre o Movimento Cartoneiro
O Movimento Cartoneiro nasceu na Argentina há 10 anos. Depois do colapso econômico sofrido pelo país em 1990, fábricas foram encerradas, houve uma explosão da pobreza e aumento do desemprego. As ruas foram tomadas por “cartoneiros”, excluídos que empurravam enormes carrinhos e obtinham modestas recompensas pela recolhida de papelão e outros derivados do papel. Os cafés se enchiam de jovens escritores ávidos por publicarem suas obras e que encontravam as portas fechadas. Dessa maneira, em 2003, o escritor Washington Cucurto e o artista plástico Javier Barilaro criaram as edições Eloisa, que levariam ao nascimento, alguns meses depois, da Eloisa Cartonera.
A Eloisa Cartoneira comprava papelão aos cartoneros. O material é cortado, pintado e no interior do livro é impresso a Multilith 1250. “É simples e bonito, um livro de papelão”, escreveu Cucurto. Com 10 anos de existência a Eloisa se orgulha de ver irmãs ao redor do mundo. Muitas editoras seguiram o mesmo caminho da mãe cartonera ao longo dos últimos anos, entre elas: Sarita Cartonera (Lima, Peru) em 2005, Yerba Mala Cartonera (El Alto,Bolívia) em 2006, Animita Cartonera (Santiago, Chile) e Yiyi Jambo Cartonera (Pedro Juan Caballero, Paraguai) em 2007 ou ainda Canita Cartonera (Iquique, Chile) em 2008, chegando a Espanha (Niña Bonita Cartonera, Zaragoza; Ultramarina Cartonera, Sevilha) e a França em 2010.
Para se inscrever basta acessar o link e ver o regulamento completo:
http://www.bienalpernambuco.com/1o-premio-internacional-de-literatura-cartonera
* Informações enviada por Amanda Nóbrega (9227-3389)
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